A Artrodese de coluna é um procedimento cirúrgico de fixação da coluna vertebral, indicado para tratar fraturas espinhais, tumores ósseos (principalmente os tumores metastáticos), Espondilolisteses, Estenoses espinhais graves, Hérnias de disco, Escoliose, quando o tratamento conservador não surtir o efeito esperado, sempre quando o intuito é promover estabilidade e corrigir deformidades.
Consiste, basicamente, em estabilizar a região afetada e promover sua reconstrução, por meio da fusão de segmentos da coluna e inserção de enxerto. Pode ser realizada na coluna lombar, torácica e cervical.
As técnicas minimamente invasivas MIS TLIF e ALIF apresentam diversas vantagens em relação à Artrodese convencional, como, por exemplo, menor sangramento, menos dor e alta precoce.
A Artrodese convencional é feita com uma incisão, com exposição de dois ou três corpos vertebrais para o acesso aos discos afetados. Após o descolamento muscular, é feita uma pequena abertura na porção óssea da coluna lombar (geralmente as facetas articulares na via posterior ou no anel fibroso, quando pela via anterior) para a remoção dos discos afetados e implante dos enxertos de osso (sustentado por cages) no espaço discal.
São introduzidos parafusos de titânio dentro das vértebras (nada fica exposto fora da coluna) através dos pedículos, para promover a fixação e estabilização dos enxertos ósseos e auxiliar na correção da deformidade.
Como o procedimento é aberto e convencional, há a necessidade de dreno por um ou dois dias, o sangramento é grande e a dor pós-operatória é controlada com o uso de analgésicos, além de lesar a musculatura, promover denervação e atrofia.
Por outro lado, a deambulação é imediata e os sintomas neurológicos (como a dor ciática, no caso da Artrodese Lombar) melhoram no mesmo dia da cirurgia.
Na minha prática clínica, para até dois níveis de disco, não me utilizo mais da técnica aberta, mas a percutânea (MIS TLIF).
Pelos expostos acima, estamos dando preferência pela Artrodese Minimamente Invasiva ou Artrodese MIS (do inglês minimally invasive surgery), que não tem os inconvenientes da Artrodese convencional, apresentando pouco sangramento, pouca dor, pouca exposição tecidual e recuperação ultra-precoce. A diferença é, basicamente, nos instrumentais de apoio utilizados, sem os quais não seria possível implantar os cages e parafusos sem uma exposição tecidual grande, através de pequenos furos.
A Artrodese lombar ou Artrodese de coluna lombar consiste, basicamente, na remoção do núcleo pulposo do disco intervertebral, com preservação dos anéis fibrosos. Com a remoção, ocorre a descompressão das raízes nervosas. Faz-se, então, o enxerto de osso autólogo (do próprio paciente) no espaço discal. Para tanto, existe a necessidade de fixar os enxertos com gaiolas (cages) e parafusos posteriores até que exista a fusão óssea entre as vértebras.
Neste tipo de procedimento, o acesso à coluna é aberto, ou seja, uma grande e profunda incisão é feita na coluna lombar até a região posterior vertebral, com exposição óssea ampla.
Intraoperatório de artrodese lombar convencional aberta.
Aspecto final do Raio X após a Artrodese de L4 e L5.
A recuperação da Artrodese de coluna lombar pode variar de pessoa para pessoa, pois cada indivíduo possui diferentes condições médicas, idade e fatores de saúde que podem influenciar o processo de cicatrização e recuperação. No entanto, existem algumas diretrizes gerais que podem ajudar a entender o que esperar durante a fase de recuperação.
Logo após a cirurgia, o paciente geralmente permanece no hospital por alguns dias para monitoramento e controle da dor. Durante esse período, podem ser administrados medicamentos para controle da dor e antibióticos para prevenir infecções.
Após a alta hospitalar, é importante seguir as recomendações médicas e do fisioterapeuta para promover a recuperação adequada.
Alguns aspectos a considerar durante a recuperação da Artrodese de coluna lombar incluem:
Restrição de atividades: É comum que o médico recomende evitar atividades físicas intensas e levantamento de peso durante as primeiras semanas ou meses após a cirurgia. Essas restrições são necessárias para permitir que a fusão óssea ocorra adequadamente e evitar complicações.
Fisioterapia: A fisioterapia desempenha um papel importante na recuperação da artrodese de coluna lombar. O fisioterapeuta irá elaborar um programa de exercícios específicos para fortalecer os músculos das costas, melhorar a flexibilidade e a mobilidade da coluna vertebral. Esses exercícios geralmente começam de forma gradual e são ajustados de acordo com a progressão do paciente.
Controle da dor: Durante a recuperação, é comum sentir algum desconforto na região. O médico pode prescrever medicamentos analgésicos para ajudar no controle da dor.
Retorno gradual às atividades diárias: Conforme a recuperação progride, o paciente poderá gradualmente retornar às atividades diárias normais. É importante seguir as orientações médicas e não exagerar nas atividades físicas até que a recuperação esteja completa.
É essencial lembrar que a recuperação da Artrodese de coluna lombar é um processo gradual e pode levar vários meses até que a fusão óssea esteja completa e os sintomas sejam aliviados. Este prazo ocorre geralmente entre 4 a 6 meses, podendo durar até 1 ano, dependendo da qualidade óssea e idade do paciente.
A Artrodese de coluna lombar é um procedimento cirúrgico complexo e, como qualquer intervenção cirúrgica, está associada a possíveis complicações. Embora a maioria dos pacientes tenha uma recuperação bem-sucedida, é importante estar ciente das potenciais complicações e discuti-las com o médico especialista antes de decidir pela cirurgia. Algumas das possíveis complicações da artrodese de coluna lombar incluem:
A infecção é uma das complicações mais comuns associadas à cirurgia da coluna vertebral. Pode ocorrer uma infecção superficial na incisão cirúrgica ou uma infecção mais profunda que afeta os ossos ou tecidos adjacentes. A infecção pode requerer tratamento com antibióticos e, em casos graves, pode ser necessária uma nova intervenção cirúrgica para lavar os tecidos infectados e retirar os implantes da coluna.
A fusão óssea é um objetivo fundamental da artrodese de coluna lombar. No entanto, em alguns casos, pode ocorrer uma falha na consolidação dos ossos e a fusão não é alcançada. Isso pode levar a uma instabilidade contínua da coluna vertebral e a sintomas de dores persistentes. Em alguns casos, uma nova cirurgia pode ser necessária para tentar promover a fusão óssea.
Durante o procedimento de artrodese, são utilizados implantes, como parafusos, hastes ou placas, para estabilizar a coluna vertebral. Em alguns casos, esses implantes podem ser colocados em uma posição inadequada, resultando em instabilidade da coluna ou irritação dos tecidos circundantes, notadamente as raízes nervosas. Isso pode exigir uma revisão cirúrgica para corrigir a posição dos implantes.
Durante a cirurgia, existe um risco potencial de lesão nos nervos adjacentes à coluna vertebral. Isso pode resultar em sintomas como fraqueza, dormência, formigamento ou dor na região afetada. Em alguns casos, a lesão nervosa pode ser temporária, mas em outros pode ser permanente e requerer tratamento adicional ou até ser permanente.
A anestesia geralmente é utilizada durante a cirurgia de artrodese de coluna lombar. Embora seja geralmente segura, existem riscos associados à anestesia, como reações alérgicas, problemas respiratórios, complicações cardiovasculares ou complicações relacionadas à administração de medicamentos.
A decisão de conceder aposentadoria devido à artrodese de coluna lombar não se relaciona diretamente com a cirurgia mas sim com a doença relacionada e o grau de incapacidade a ela vinculado.
Para que uma pessoa seja elegível à aposentadoria por invalidez devido à artrodese de coluna lombar, é necessário que se comprove a incapacidade total e permanente para o trabalho, ou seja, que o indivíduo não seja mais capaz de exercer atividade remunerada de forma efetiva e contínua em sua profissão ou qualquer outra que se enquadre em seu perfil, sendo esta incapacidade vinculada ao problema da coluna.
A avaliação para a concessão do benefício geralmente envolve exames médicos e perícia realizados pelo perito previdenciário do INSS. Os critérios para a concessão do benefício incluem a análise da incapacidade do indivíduo, a expectativa de reabilitação e a possibilidade de exercer outra atividade que não a que era desempenhada anteriormente.
Os critérios atualmente, em virtude de legislação trabalhista que permite contrato PCD, estão cada vez mais rígidos, sendo improvável uma aposentadoria por invalidez pura e simplesmente pela realização da uma artrodese da coluna vertebral.
A Artrodese de coluna cervical é um procedimento cirúrgico realizado para fundir duas ou mais vértebras da coluna cervical. Essa técnica é utilizada para tratar diversas condições, como hérnias de disco, espondilose cervical, instabilidade vertebral, lesões traumáticas da coluna cervical e descompressão medular.
A cirurgia de Artrodese cervical envolve a remoção do disco intervertebral entre as vértebras afetadas, quando optado pela via anterior.
Em seguida, um enxerto ósseo é colocado no espaço onde estava o disco, promovendo a fusão entre as vértebras adjacentes, sempre com o auxílio de cages para sustentação do espaço discal.
A Artrodese cervical pode ser realizada através de diferentes abordagens cirúrgicas, como anterior (pela parte da frente do pescoço), posterior (pela parte de trás do pescoço) ou uma combinação de ambas.
A via anterior é mais indicada, pois os discos são os maiores responsáveis pelas compressões medulares. Há, no entanto, raros casos em que a compressão é por estruturas posteriores, tais como ligamentos e osteofitoses, quando a descompressão assim se faz necessária, associada à artrodese posterior.
A escolha da abordagem depende da condição específica do paciente, da localização da lesão e do tipo de deformidade que o paciente apresenta (cifose ou lordose cervical).
A cirurgia de Artrodese cervical é realizada sob anestesia geral e, em alguns casos, é necessária a monitorização neurofisiológica intraoperatória para avaliar a função neurológica durante o procedimento.
Com o avanço dos materiais de implante, já é possível realizar a Artrodese cervical sem o uso de placas, que aumentam o tempo cirúrgico, restringem a movimentação da coluna e apresentam maiores índices de complicações.
Na Artrodese cervical ou cirurgia convencional de hérnia de disco cervical, o acesso para a coluna, quando o objetivo é a retirada do disco, é por via anterior. Este acesso é simples, seguro e indolor, pois abordamos os planos existentes entre os músculos e a traquéia.
Exemplo de prótese utilizada para substituir o disco. Neste caso, não usamos placa para fixar, visto que o cage possui âncora de fixação, permitindo assim manter o movimento no local.
Ao lado, imagem de raio-x evidenciando Artrodese cervical de dois níveis com colocação de espaçadores "cages", com enxerto ósseo.
A recuperação da via anterior é rápida, com pouca ou nenhuma dor. Apenas algum desconforto na garganta ou rouquidão transitória.
Pode ocorrer disfagia em virtude de manipulação do esôfago e geralmente é transitório.
A Artrodese de coluna cervical é um procedimento cirúrgico complexo e, como qualquer intervenção cirúrgica, está associada a possíveis complicações. Embora a maioria dos pacientes tenha uma recuperação bem-sucedida, é importante estar ciente das potenciais complicações e discuti-las com o médico especialista antes de decidir pela cirurgia. Algumas das possíveis complicações incluem:
A infecção é uma das complicações mais comuns associadas a qualquer cirurgia. Pode ocorrer uma infecção superficial na incisão cirúrgica ou uma infecção mais profunda que afeta os ossos ou tecidos adjacentes. A infecção pode requerer tratamento com antibióticos e, em casos graves, pode ser necessária uma nova intervenção cirúrgica para remover tecidos infectados.
Durante o procedimento cirúrgico, existe um risco potencial de lesão nos nervos adjacentes à coluna cervical. Isso pode resultar em sintomas como fraqueza, dormência, formigamento ou dor na região afetada. Em alguns casos, a lesão nervosa pode ser temporária, e em raros casos, permanente.
A artrodese de coluna cervical pode afetar os músculos e estruturas relacionadas à deglutição e à fonação. Isso pode resultar em dificuldades temporárias ou permanentes para engolir alimentos ou líquidos, bem como alterações na voz. Geralmente, esses sintomas são transitórios e melhoram ao longo do tempo.
A cicatrização da incisão cirúrgica pode ser um desafio em alguns casos. Em alguns pacientes, a cicatriz pode ficar alargada, hipertrófica ou até mesmo evoluir para uma cicatriz queloidiana. Em casos raros, pode ocorrer deiscência da incisão, que é a abertura ou separação dos bordos da ferida cirúrgica. O acompanhamento adequado e os cuidados com a incisão são importantes para minimizar esses problemas.
A Pseudartrose é a falta de consolidação óssea adequada após a artrodese. Isso significa que as vértebras não fundem corretamente, resultando em instabilidade da coluna cervical. A pseudartrose pode exigir uma nova cirurgia para corrigir a fusão óssea inadequada e estabilizar a coluna. É mais comum em pacientes idosos com baixa densidade óssea, fumantes e diabéticos.
A decisão de conceder aposentadoria devido à Artrodese de coluna cervical não se relaciona diretamente com a cirurgia mas sim com a doença relacionada e o grau de incapacidade a ela vinculado.
Para que uma pessoa seja elegível à aposentadoria por invalidez devido à Artrodese de coluna cervical, é necessário que se comprove a incapacidade total e permanente para o trabalho, ou seja, que o indivíduo não seja mais capaz de exercer atividade remunerada de forma efetiva e contínua em sua profissão ou qualquer outra que se enquadre em seu perfil, sendo esta incapacidade vinculada ao problema da coluna.
A avaliação para a concessão do benefício geralmente envolve exames médicos e perícia realizados pelo perito previdenciário do INSS. Os critérios para a concessão do benefício incluem a análise da incapacidade do indivíduo, a expectativa de reabilitação e a possibilidade de exercer outra atividade que não a que era desempenhada anteriormente.
Os critérios atualmente, em virtude de legislação trabalhista que permite contrato PCD, estão cada vez mais rígidos, sendo improvável uma aposentadoria por invalidez pura e simplesmente pela realização da uma artrodese da coluna vertebral.